COLUNA DO PINHÃO MANSO
RESPONSÁVEL : Economista e Produtor Rural, NAGASHI TOMINAGA
Informação nº 01
Descrevemos as dificuldades de cultivo de Pinhão-manso pelos agricultores familiares.
Problema cultural:
A Reforma Agrária deu certo somente em poucos países. Israel na forma de “kibut”, Polônia, Korea do Sul e o Japão são os exemplos de sucesso.
Teve oficial da JICA-Japan International Cooperation Agency que nos comentou após a visita a Moçambique, que mostra a causa deste problema. Segundo este oficial, em Moçambique, os trabalhadores que tem vontade de trabalhar de fato estão trabalhando na África do Sul.
No Brasil, principalmente no Nordeste e na região de Caatinga, observamos o problema similar. A causa deste desânimo está, em parte, no efeito de veranico que, por muitas vezes, acabou com a safra do ano. Outro fator seria a falta de costume ao trabalho em mutirão, como ocorria no Japão para a plantação e colheita de arroz. O trabalho em conjunto cria o espírito de respeito e cooperação mútua que, por sua vez, permite a criação e a operação de Cooperativas Agrícola de fato.
Outro fato que permite bom funcionamento da Cooperativa Agrícola no Japão é o financiamento governamental na forma de pre-pagamento de safra próxima com o preço justo, sem que a cooperativa precise negociar empréstimo com os bancos. No Brasil existe organização federal (CONAB) que poderia realizar este tipo de operação, mas sua atuação ainda é tímida no meu entender.
É importante a criação de Cooperativas Agrícola que mantenha os equipamentos (trator, veículos) implementos (debulhadeira, colheitadeira) de uso comum e a infra estrutura básica (silo de armazenamento e, se for possível a usina de extração de óleo e a unidade de beneficiamento de casca e torta pós extração de óleo).
Outro ponto importante seria o cultivo de Pinhão-Manso consorciado com as culturas anuais convencionais alimentícias: milho, feijão, arroz, etc.. A cooperativa ajudaria no preparo de solo mecanicamente, fornecimento de fertilizantes, sementes e defensivos. Em Maranhão, o custo de preparo de solo e despesas com os tratos de primeiro ano foram cobertos com a venda de feijão produzido como cultura consorciada.
Muitas vezes eu brinco com o pessoal que “homem é homem em qualquer lugar do mundo: quando tem dinheiro só pensa em beber”. Há exemplo de “Banco das Mulheres” na Índia que só financia as mulheres para iniciar e operar seu empreendimento econômico. Elas se preocupam mais com a família e, principalmente, com a criação, educação, saúde e o futuro dos filhos. Não está sendo necessário rever a função das mulheres neste projeto?
Problemas Técnicos:
Cada ponto poderá ser detalhado futuramente, baseado nas experiências.
Cooperações Internacionais:
Para a consolidação de tecnologias de detoxicação de torta para a produção de parte protéica de ração animal, gostaria de contar com o apoio e a participação de laboratórios europeus.
Por exemplo, a UFLA estuda a separação de toxinas (ésteres de forbol e cursina) do que simples detoxicação, pois estes produtos que seriam químicas naturais difíceis de serem produzidas no laboratório poderiam se tornar nova matéria-prima para a produção de inseticidas.
Esperando que surjam e venham muitos investidores que entendam nosso ideal.
Informação nº 02
Estudo define zoneamento agroclimático para pinhão-manso
"Por caracterizar-se como uma cultura recente no Brasil, ainda carece de estudos mais aprofundados que definam sua viabilidade e o sistema de cultivo mais adequado, apesar de sua potencialidade em regiões com extensos períodos de seca ser algo bastante divulgado", afirma a autora da pesquisa, a agrônoma Eliane Seiko Maffi Yamada. Para dar subsídio ao desenvolvimento da Jatropha no Brasil, visando a produção de biodiesel, Eliane desenvolveu a pesquisa junto ao Programa de Pós-graduação em Física do Ambiente Agrícola da Esalq.
Estudo define zoneamento agroclimático para pinhão-manso: A planta pode vir a ser uma cultura importante para a agricultura familiar, principalmente no Nordeste
Créditos: Eliane YamadaOs resultados indicaram que apenas 22,65% da região Nordeste é apta ao cultivo, 50,31% é marginal por deficiência hídrica e 14,74% inapta. Os estados de Goiás e Tocantins apresentam a maior porcentagem de áreas aptas (47,78%), seguidas pelas áreas marginais por excesso térmico e deficiência hídrica (28,08%), marginais por deficiência hídrica (14,43%) e inaptas (9,37%). O estado de Minas Gerais possui 33,91% de áreas aptas, 32,14% de áreas marginais por deficiência hídrica, 32,61% de áreas marginais por deficiência térmica e apenas 0,24% das áreas inaptas.
Sob orientação do professor Paulo Cesar Sentelhas, do Departamento de Engenharia de Biossistemas, a caracterização agroclimática do centro de origem da cultura foi feita a partir da definição das variáveis climáticas e critérios de aptidão, marginalidade e inaptidão da cultura em função do clima da região de origem.
Na prática, a pesquisadora elaborou o zoneamento agroclimático da cultura para a região Nordeste e para os estados de Goiás, Tocantins e Minas Gerais e avaliou o risco climático para a cultura em regiões classificadas como aptas e marginais. "A Jatropha pode vir a ser uma cultura de grande importância para a agricultura familiar de áreas de menor potencial agrícola, principalmente na região Nordeste", frisa a autora do trabalho.
O projeto foi desenvolvido a partir de dados meteorológicos obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e à Agência Nacional de Águas (ANA), além de pesquisas e idas a campo para conhecimento da planta. As variáveis consideradas pela pesquisa foram temperatura do ar (Ta), deficiência hídrica (DEF) e excedente hídrico (EXC). Os mapas gerados dessas variáveis foram cruzados para obtenção dos mapas finais do zoneamento agroclimático.
"Os resultados obtidos em parte contrastam com a divulgação que é feita sobre a cultura a respeito de seu potencial para cultivo em todo o País, especialmente em áreas semi-áridas, como o Nordeste brasileiro", antecipa a pesquisadora.
A análise de risco climático realizada forneceu mais detalhes a respeito da aptidão da cultura no estado do Tocantins, indicando as chances de sucesso do cultivo ao longo de uma série de anos. "Esse tipo de análise permitiu confirmar que o zoneamento agroclimático para Jatropha, "mesmo empregando dados normais, foi viável para estabelecer as áreas de maior favorabilidade ao cultivo dessa espécie", conclui Eliane.
No Brasil, a espécie é encontrada em todas as regiões, principalmente Sudeste e Nordeste. Alguns pesquisadores apontam o País como o centro de origem devido à distribuição ao longo de todo o território, porém muitos estudos evidenciam como centro de diversidade genética e possível centro de origem o norte da América Latina, destacando-se México e Guatemala.
Em virtude da necessidade de substituição da matéria prima para fins energéticos, foi oficializado, em 2004, o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Esse marco regulatório impulsionou pesquisas com culturas agrícolas que pudessem configurar-se em alternativas na produção de energia.
PARA SABER MAIS
Clique aqui e baixe a pesquisa "Zoneamento agroclimático da Jatropha curcas L. como subsídio ao desenvolvimento da cultura no Brasil visando à produção de biodiesel" (arquivo PDF - 5,47 Mb).
MAIS INFORMAÇÕES:
MAIS INFORMAÇÕES
Professor Paulo Cesar Sentelhas
E-mail: pcsentel@esalq.usp.br
Pesquisadora Eliane Seiko Maffi Yamada
E-mail: elianeyamada@gmail.com
Professor Paulo Cesar Sentelhas
FONTE: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
Assessoria de Comunicação da Esalq
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COTE – CONSULTORIA LTDA.
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Informação nº 03
As Pesquisas sobre Pinhão-Manso avançam no mundo.
A produtividade de Pinhão-Manso foi questionada muitas vezes.
No Norte de Minas, a BIOJAN-MG perdeu os frutos de primeira inflorescência em virtude de chuvas de janeiro. Os frutos colhidos sob chuva se meram e suas sementes se mofam.
Para postergar o momento de colheita, juntamente com a EPAMIG/CTNM (Centro Tecnológico do Norte de Minas), foi testada a poda de produção. O resultado foi o atraso de maturação de frutos em quase 60 dias, em março já fora de época de chuvas mais concentradas.
A produção de uma inflorescência poderá ser estimada com a seguinte fórmula:
Y = A x B x 2,5 x 0,6g; onde:
Y = Produção;
A = Nº. médio de pontos de inflorescência (ponta de ramos produtivos);
B = Nº. médio de frutos/ramo;
2,5 = Nº. médio de sementes/fruto; e
0,6g = peso médio de semente seca.
Para obter melhor valor de A, a escolha de planta que tem boa ramificação natural seria uma solução. Outra seria a poda de formação de árvore.
O fator B contribui diretamente na produção.
Em 2010, os pesquisadores da China, Dr. Bang-Zhen Pan e Dr. Zeng-Fu Xu, tem publicado seu trabalho sobre o efeito de Benzyladenine na produtividade de Pinhão-Manso.
Eles partiram do princípio de que a baixa produtividade é causada por número limitado de flores femininas.
A aplicação de Benzyladenine aumentou em mais de 3 (três) vezes a produção, visto que parte de flores masculinas se tornam hermafroditas, conforme mostradas na Foto 1b e 1e. Parece-nos que este hormônio funciona também para a homogenezação de maturação, que é outro gargalo que conhecemos, conforme apontada na Foto 2b.
UNQTE. Atenciosamente, Nagashi Tominaga Tel.: (38) 3821-1703